Wednesday 13 March 2013

Pequena Morte


Um poema rápido, escrito entre um bocejo e outro na sala de aula:


Espera em cada canto
Nas arestas e palavras não ditas
Entre livros-texto acadêmicos
Entre produtos de limpeza
Entre o bem e o mal
Uma figura vestida não com negras vestes
Mas com garboso e bem cuidado terno

No meio dos salões de marfim
Magníficas maravilhas do mundo moderno
Ápice do desenvolvimento cientifico
Tecnológico robótico humano
Imortal inexorável

Lá esperam essas pequenas mortes
Que ainda hão de nos ceifar a todos.

Sunday 1 January 2012

Oração do Insatisfeito

O que vem antes da palavra é o silêncio
Faço silêncio, depois faço palavras

Para acertar um alvo invisível é preciso um tiro no escuro
Fecho os olhos, não penso em nada, não sou nada.
Encaro a escuridão que me encara de volta
Olhos inflamados e inflamáveis, da cor do querosene, me guiam
                                      Mas não os meus.

OBS: Será editado ainda.

Sunday 25 December 2011

Poeminho

Quis fazer poesia
Mas saiu uma porcaria
Quem sabe eu não podia
Estudar economia ?

Tentei desenhar
Dei azar
Quando vier o luar
Vou me jogar no mar

Quis ser artista
Mas tava mal da vista
Fui no oculista
Eu tinha uma miopia imprevista!

Então queria ser economista
mas encontrei um ciclista
que me tirou da pista
e acabei virando artista

Feito conjuntamente com a Iramaya Haddad, pelo facebook :)

Wednesday 23 November 2011

Balada do Peregrino

Peregrino Peregrino
Onde tua peregrinação te levas?
Ó filho de pais sem terras
E pai de filhos tortos

Para onde vai?
Vivo vivo vivo-morto
Nunca no mesmo porto
Caminhante de adagas

Espírito inquieto
Sem grilhões, sem maldições

Das fronteiras um deus
Das terras ermas um procurado
Nunca descansa, nunca se cansa

Eterno, santo Peregrino
Porque não te sentas
e ouve uma história?

Longe de você, o deserto me aguarda.

Longe de você o mundo se despedaça
O recheio murcha
E a água seca

Longe de você eu olho para o nada.

Pequeno poema de ódios passados.

Um homem velho uma vez se perguntou
Se fazia sentido viver ou morrer
Amar ou largar
Criar ou matar
Babar ou dormir

Correu os quatro cantos desse mundo e de alguns mais
(Ou melhor, andou, pulou, caminhou e por final, rastejou)
Até que um dia encontrou a resposta
Em uma maçã deliciosa
da feira.

(Desse dia em diante, o velho comeu muitas e muitas maçãs em feiras pelo mundo)

Um Brinde

Um brinde às bestas quadradas
Que usam argumentos como armas
Outro aos infelizes e aos desgraçados
Que matam, e morrem conformados.

Um brinde a todos os loucos
poetas mendigos e incapazes esclarecidos
A todos os bastardos e sanguessugas Reais.

Aos idiotas que vendem a salvação
Dentro das barras de uma prisão
À competição endinheirada e babaca
Que arranca os ouvidos e mata com a boca inchada.

À Autoridade, à Ordem e aos Poderosos
Às crianças do deserto
E à lâmina do bobo Dámocles
Semeador da vingança e vingador justiceiro.

Let us raise a toast to all our bombers, all our bastards, 
most unlovely and most unforgivable. 
Let's drink to their health... 
then meet with them no more.