Wednesday 23 November 2011

Balada do Peregrino

Peregrino Peregrino
Onde tua peregrinação te levas?
Ó filho de pais sem terras
E pai de filhos tortos

Para onde vai?
Vivo vivo vivo-morto
Nunca no mesmo porto
Caminhante de adagas

Espírito inquieto
Sem grilhões, sem maldições

Das fronteiras um deus
Das terras ermas um procurado
Nunca descansa, nunca se cansa

Eterno, santo Peregrino
Porque não te sentas
e ouve uma história?

Longe de você, o deserto me aguarda.

Longe de você o mundo se despedaça
O recheio murcha
E a água seca

Longe de você eu olho para o nada.

Pequeno poema de ódios passados.

Um homem velho uma vez se perguntou
Se fazia sentido viver ou morrer
Amar ou largar
Criar ou matar
Babar ou dormir

Correu os quatro cantos desse mundo e de alguns mais
(Ou melhor, andou, pulou, caminhou e por final, rastejou)
Até que um dia encontrou a resposta
Em uma maçã deliciosa
da feira.

(Desse dia em diante, o velho comeu muitas e muitas maçãs em feiras pelo mundo)

Um Brinde

Um brinde às bestas quadradas
Que usam argumentos como armas
Outro aos infelizes e aos desgraçados
Que matam, e morrem conformados.

Um brinde a todos os loucos
poetas mendigos e incapazes esclarecidos
A todos os bastardos e sanguessugas Reais.

Aos idiotas que vendem a salvação
Dentro das barras de uma prisão
À competição endinheirada e babaca
Que arranca os ouvidos e mata com a boca inchada.

À Autoridade, à Ordem e aos Poderosos
Às crianças do deserto
E à lâmina do bobo Dámocles
Semeador da vingança e vingador justiceiro.

Let us raise a toast to all our bombers, all our bastards, 
most unlovely and most unforgivable. 
Let's drink to their health... 
then meet with them no more.